Artrose no ombro

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Você sabia? Os famosos “bicos de papagaio” são osteófitos (formações ósseas diferentes do normal) presentes nas vértebras de quem tem artrose na coluna.

A artrose no ombro, também conhecida como osteoartrite ou osteoartrose, é uma condição que pode afetar significativamente a qualidade de vida do paciente. 

Esta é uma doença crônica, progressiva e degenerativa das articulações. Pode afetar qualquer articulação, sendo mais prevalente nos quadris, joelhos e na articulação entre a clavícula e o acrômio (escápula). Na artrose a cartilagem que cobre os ossos na região da articulação está “desgastada”. Isso expõe o osso que está por baixo da cartilagem (osso subcondral) e causa um processo inflamatório crônico. Essa inflamação na verdade é uma tentativa fracassada do corpo de reparar o que está errado e acaba formando osso diferente do normal, chamado de osteófitos.

Sem essa cartilagem articular, os ossos começam a impactar diretamente uns nos outros, causando dor e, gradualmente, perda de movimento.

Caso você queira saber mais sobre esta condição e como lidar com ela, trazemos aqui mais informações. Vamos lá!

O que é a artrose no ombro?

Inicialmente, precisamos entender que a articulação do ombro é composta por várias estruturas essenciais.

Os ossos são cobertos por uma cartilagem lisa e forte, que permite que eles se movimentem sem fricção e sem que um osso fique exposto ao outro.

Além disso, a articulação é envolvida por uma cápsula articular – formada pelos nossos ligamentos – que é preenchida por um líquido chamado líquido sinovial. O líquido sinovial, nosso lubrificador das articulações, é importante tanto para a nutrição das células da articulação, quanto para a estabilidade da articulação e para absorção de impactos.

Então quando o paciente possui a artrose / osteoartrite, a cartilagem articular está desgastada. À medida que ela se deteriora, o osso que está por baixo dela (osso subcondral) fica exposto, causando um ciclo contínuo de inflamação, dor e limitação de movimento. O líquido sinovial também diminui progressivamente, levando a um aumento na fricção entre os ossos, piorando a nutrição da cartilagem (condrócitos) e agravando os sintomas.

Quais as causas da artrose?

A osteoartrite é uma doença que dividimos em primária e secundária. A primária surge espontaneamente e está relacionada com causas genéticas e com o envelhecimento. Já a artrose secundária é consequente a alguma outra patologia, como uma fratura prévia – quebrou o osso no local da articulação e ele “colou” errado, por exemplo -, sobrepeso ou obesidade, articulação instável – fica saindo do lugar e causa machucados na articulação – ou uma lesão iatrogênica, isso é, causada por ação médica, por exemplo retirou o menisco do joelho e futuramente evoluiu com artrose.

Falando especificamente em osteoartrite do ombro temos três tipos principais:

Imagem de RX de ombro direito com osteoartrite glenoumeral primária com o sinal clássico da “barba de bode”

Artrose primária do ombro, relacionada com fatores genéticos:

A genética também desempenha um papel importante. Algumas pessoas são mais propensas a desenvolver artrose devido às características herdadas de seus pais. A osteoartrite glenoumeral primária apresenta no RX um sinal clássico chamado “barba de bode”.

Artrose do ombro relacionado a traumas e luxações:

Traumas, como fraturas ou luxação do ombro, podem danificar a articulação do ombro e levar à artrose. Mesmo microtraumas repetitivos, comuns em atividades físicas intensas, podem ser prejudiciais. Este também é um dos problemas de negligenciar e não tratar um ombro instável.

Artrose do ombro consequente a lesões do manguito rotador:

Conhecida tecnicamente como artropatia do manguito rotador, este tipo de osteoartrite é secundária à síndrome do manguito rotador. Devido às lesões nos tendões do manguito rotador, o paciente evolui com um desbalanço biomecânico do ombro e a articulação deixa de funcionar como deve. Isso cronicamente leva a lesões na articulação e ao desenvolvimento da artrose.

Quais os principais sintomas?

Os sintomas da artrose no ombro podem variar, mas geralmente incluem dor, rigidez e perda de movimento.

A dor é o sintoma mais comum e pode ser sentida tanto em repouso quanto durante o movimento. Infelizmente ela tende a piorar com o tempo e com o uso da articulação, já que se trata de uma patologia crônica e progressiva.

A rigidez da articulação do ombro é outro sintoma frequente que pode dificultar a realização de tarefas diárias simples, como vestir-se, alcançar objetos no alto, lavar o cabelo e fazer a higiene pessoal. A artrose pode limitar significativamente a amplitude de movimento do ombro. Então, movimentos que antes eram fáceis podem se tornar difíceis ou até impossíveis.

Como é feito o diagnóstico da doença?

Diagnosticar a artrose no ombro envolve uma combinação de história clínica, exame físico e exames de imagem. 

Após compreender a história clínica do paciente, como tempo de doença, características da dor, limitações e outras queixas, fazemos um exame físico detalhado. É avaliada a amplitude de movimento, tanto ativa – o paciente fazendo o movimento – quanto passiva – o médico movimentando a articulação do paciente – e a presença de dor e limitações em testes específicos.

Então são solicitados exames complementares. Muitas vez pedimos radiografias e ressonâncias magnéticas. Em alguns casos, tomografias computadorizadas e ultrassonografias. O objetivo é compreender a morfologia óssea e possíveis lesões de partes moles (ligamentos, cartilagens, tendões, entre outras estruturas) e confirmar o diagnóstico. Esses exames também mostram a extensão do desgaste da cartilagem e da deformidade óssea e conseguimos classificar a gravidade da osteoartrite.

Então, após a combinação de achados clínicos e radiológicos e com um diagnóstico bem estabelecido, seguimos para o tratamento direcionado e personalizado.

Tratamento para artrose no ombro

Infelizmente, a artrose é uma condição que não tem cura, ou seja, não podemos reverter os danos que já ocorreram. 

Assim, o tratamento da artrose no ombro depende do estágio da doença em que o paciente se encontra. 

Em casos de osteoartrite inicial, o tratamento buscará desacelerar a degradação da articulação, bem como controlar os sintomas. Portanto, é fundamental compreender a etiologia, isso é, o que está causando aquela artrose.

Já nos casos de osteoartrite avançada as opções de tratamento são mais restritas e o prognóstico, ou seja, a expectativa quanto à evolução da doença, é bem mais reservada e menos otimista.

De modo geral, opções de tratamento incluem o uso de medicamentos, fisioterapia, mudanças no estilo de vida, infiltrações no ombro e cirurgias.

Medicamentos

Analgésicos, relaxantes musculares e opióides são frequentemente prescritos. Em alguns casos usamos também  anti-inflamatórios, mas sempre por curtos períodos de tempo.

Fisioterapia

Exercícios específicos podem ajudar a fortalecer os músculos ao redor da articulação e melhorar a amplitude de movimento. A fisioterapia é um tratamento com respaldo na literatura científica e eficiente tanto para evitar a progressão da doença quanto, nos casos cirúrgicos, para preparar o paciente para cirurgia e reabilitá-lo após.

Mudanças no estilo de vida

Hábitos de vida saudáveis são a melhor maneira de evitar osteoartrite e de desacelerar seu avanço. Portanto, sempre incentivamos controle do peso, fortalecimento muscular, cessão do tabagismo e/ou etilismo e controle de comorbidades como hipertensão e diabetes mellitus.

Infiltrações

Injeções de medicamentos diretamente na articulação podem oferecer controle do avanço da osteoartrite e/ou alívio da dor.

Terapias na linha da medicina regenerativa são as tendências atuais. Existem algumas opções mas infelizmente a ciência ainda não encontrou uma fórmula mágica para curar a osteoartrite. Como principais opções nessa linha temos o ácido hialurônico, plasma enriquecido com plaquetas (PRP) e aspirado de medula óssea. Neste tipo de tratamento espera-se auxiliar na regeneração dos condrócitos, as células de cartilagem que ficam nas nossas articulações.

Já as infiltrações com corticosteróides e anestésicos são eficazes na redução da inflamação e alívio da dor, mas devem ser usadas com moderação devido aos efeitos colaterais.

Quando a realização da cirurgia é necessária?

Imagem esquemática mostrando uma prótese total do ombro

Nos casos em que a Artrose do Ombro já está muito avançada ou os tratamentos conservadores não proporcionam o resultado desejado e esperado, indicamos tratamentos cirúrgicos, sendo a de prótese de ombro a principal opção.

Nesta cirurgia, substituímos as partes danificadas ou desgastadas da articulação do ombro por componentes artificiais, que é o que chamamos de prótese. O nome técnico é artroplastia. Existem três tipos de próteses de ombro: 

Prótese total do ombro

Substituição completa da articulação do ombro mantendo a forma da anatomia original. É colocado um componente da prótese substituindo a glenóide (parte da escápula) e um substituindo a cabeça do úmero (parte superior do osso do braço). Esta cirurgia é indicada nos casos com artrose nas duas partes da articulação, tanto na glenóide (parte da escápula), quanto na cabeça do úmero. Para termos bons resultados com este tipo de prótese o paciente deve ter um bom Manguito Rotador eficiente.

Prótese parcial do ombro

Substituição apenas da cabeça do úmero (parte superior do osso do braço), mantendo-se a glenóide (parte da escápula) como está. Esta cirurgia é indicada nos casos com artrose apenas na cabeça do úmero e com glenóide saudável. Para termos bons resultados com este tipo de prótese o paciente deve ter um Manguito Rotador eficiente.

Prótese reversa do ombro

A artroplastia reversa do ombro é um tipo de prótese total – ou seja, substituímos tanto a cabeça do úmero quanto a glenóide. Mas neste caso alteramos a biomecânica da articulação. A parte esférica da articulação, que naturalmente pertence ao úmero (osso do braço), passa para a glenóide (parte da escápula) e a parte  levemente côncava, que naturalmente pertence à glenóide, passa para o úmero. A prótese reversa do ombro possibilitou um grande avanço na melhoria dos resultados nas Cirurgias de Ombro. Isso porque a prótese reversa faz com que a função do manguito rotador seja muito menos essencial ao bom funcionamento do ombro possibilitando uma boa qualidade de vida inclusive aos pacientes que têm Síndrome do Manguito Rotador grave. Para uma prótese reversa funcionar bem o paciente precisa ter uma boa função do músculo deltóide, passando o manguito rotador a ser um grupo muscular secundário.

Vista anterior (de frente) de esquema representando uma prótese total do ombro, parcial e reversa

 

A recuperação, em qualquer um desses casos, envolve fisioterapia Sendo uma etapa muito importante para restaurar força e a mobilidade do ombro.

Com o tempo, a maioria dos pacientes experimenta uma redução significativa na dor e uma melhora na função, permitindo um retorno a atividades diárias com maior conforto e facilidade.

Como vimos, a Artrose no Ombro é uma condição potencialmente grave que afeta a qualidade de vida e traz sérias consequências aos pacientes. Mas, felizmente, com o diagnóstico precoce e o tratamento correto, é possível gerenciar os sintomas e melhorar a função da articulação e a qualidade de vida. 

Se você sente dor ou limitação no ombro, não hesite em procurar um ortopedista especializado. 

O Dr. Eric Curi está pronto para ajudar você a recuperar sua qualidade de vida e bem-estar. Marque uma consulta e venha conhecer nossas opções de tratamento. 

Uma vida sem dor no ombro é possível – comece sua jornada de recuperação hoje mesmo!

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