Luxação acromioclavicular: como é o tratamento?

A luxação acromioclavicular (LAC) é uma lesão que afeta a articulação localizada na parte superior do ombro, entre a clavícula e a escápula, mas especificamente uma parte da escápula chamada de acromio. 

Geralmente essa lesão acontece por quedas sobre o ombro, principalmente em esportes como bike, futebol, skate, judô, rugby, entre outros.

Essa condição costuma causar dor intensa na parte superior do ombro, principalmente ao mobilizar o braço. Também tende a ficar inchado e pode surgir uma deformidade visível – assimetria dos ombros – devido a luxação da articulação e consequente separação da clavícula e da escápula. 

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O tratamento varia conforme a gravidade da lesão e o perfil de cada paciente, podendo envolver desde medidas conservadoras até intervenções cirúrgicas. 

Neste texto, vamos detalhar as principais estratégias de tratamento, ressaltando a importância de contar com o especialista em cada etapa.

O que é a luxação acromioclavicular e quais são as causas desse problema?

A luxação acromioclavicular é uma lesão que afeta a articulação localizada na parte superior do ombro, onde a clavícula se conecta ao acrômio, uma projeção óssea da escápula. 

Essa articulação tem papel fundamental na mecânica do ombro, já que é a principal ligação entre o membro superior e o tronco, sendo essencial para a amplitude e estabilidade dos movimentos. 

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A luxação acontece quando há perda da congruência articular, ou seja, os ossos deixam de estar devidamente alinhados devido a uma lesão dos ligamentos que mantêm a articulação estabilizada.

Classificamos a LAC em graus, conforme a gravidade do quadro:

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Tipo I – Lesão leve

Afeta apenas os ligamentos acromioclaviculares, sem alteração significativa no alinhamento da clavícula.

Causa dor localizada e leve instabilidade, com inchaço discreto.

O tratamento é conservador, geralmente com repouso relativo, gelo, anti-inflamatórios e fisioterapia.

Tipo II – Lesão moderada

Envolve rompimento parcial dos ligamentos acromioclaviculares, com leve deslocamento da clavícula.

Causa dor mais intensa, aumento da mobilidade da clavícula e desconforto ao levantar o braço, acompanhado de inchaço moderado.

Na maioria dos casos, o tratamento é conservador com imobilização temporária, analgesia e reabilitação funcional por fisioterapia.

Tipo III – Lesão grave

Caracteriza-se por ruptura completa dos ligamentos acromioclaviculares e coracoclaviculares, com desalinhamento visível da clavícula.

Causa dor intensa, deformidade evidente (“clavícula saliente”) e limitação funcional significativa do ombro.

O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo da dor, instabilidade, nível de atividade do paciente e resposta às medidas conservadoras.

Tipo IV – Lesão muito grave

Ocorre quando há deslocamento posterior da clavícula em relação ao acrômio, associado a ruptura completa dos ligamentos de sustentação.

Causa deformidade evidente, dor intensa e grande limitação funcional.

O tratamento é cirúrgico na maioria dos casos, visando restaurar a estabilidade da articulação.

Tipo V – Lesão muito grave

Caracteriza-se por deslocamento superior significativo da clavícula, com alongamento importante dos tecidos circundantes.

Causa dor intensa, deformidade visível e limitação funcional acentuada

O tratamento é geralmente cirúrgico, com reconstrução dos ligamentos e reabilitação funcional.

Tipo VI – Lesão rara

Ocorre quando a clavícula se desloca para baixo, geralmente associada a traumas graves ou múltiplos.

Causa dor intensa, instabilidade severa e deformidade marcante.

O tratamento é cirúrgico devido à gravidade da lesão e à instabilidade funcional que provoca.

Quais são as causas dessa condição?

Na maioria dos casos, essa condição surge após um trauma direto no ombro, como quedas em que o impacto acontece diretamente sobre a região.

Isso é muito frequente em esportes de contato, como futebol, rugby e judô, além de atividades como ciclismo e skate. 

Também pode ocorrer de forma indireta, quando uma queda ou golpe transmite uma força intensa através do braço estendido, deslocando a articulação.

Quais sinais indicam uma luxação acromioclavicular?

Os sinais de uma luxação acromioclavicular podem variar conforme a gravidade da lesão, mas geralmente incluem:

  • Dor no ombro: o sintoma mais frequente ocorre próximo à articulação acromioclavicular, sendo facilmente identificável ao toque. A dor tende a aumentar ao movimentar o braço ou pressionar a área afetada;
  • Deformidade visível: nos casos mais graves, observa-se uma elevação da clavícula em relação ao acrômio, que gera uma alteração visível na estrutura do ombro;
  • Inchaço e sensibilidade: a região ao redor da articulação costuma apresentar edema e grande sensibilidade ao toque;
  • Crepitação e estalos: em algumas situações, é possível sentir ou ouvir estalos ao mover o ombro, indicando atrito anormal entre os ossos ou lesões associadas;
  • Limitação de movimentos: a capacidade de movimentar o braço e o ombro é frequentemente reduzida devido à dor e ao comprometimento mecânico da articulação;
  • Dor ao carregar peso: esforços que envolvam o braço afetado, como levantar objetos, podem intensificar a dor.

Como realizamos o diagnóstico dessa condição?

Durante a consulta médica, geralmente, o paciente relata um trauma, como uma queda sobre o ombro, seguido de dor intensa e limitação dos movimentos. 

Durante o exame físico, observamos com frequência uma assimetria da articulação acromioclavicular em comparação ao lado contralateral, além de sensibilidade ao toque.

Após a suspeita clínica, os exames de imagem ajudam a confirmar o diagnóstico e a classificar a gravidade da lesão. 

O raio-X, em diferentes incidências, permite visualizar o deslocamento da clavícula em relação ao acrômio. 

Em casos que exigem análise mais detalhada, como suspeita de lesões em ligamentos ou músculos, solicitamos tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

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Como será o tratamento da luxação acromioclavicular?

Como vimos, o tratamento da luxação da articulação acromioclavicular dependerá da gravidade da lesão e pode variar entre abordagens conservadoras e cirúrgicas.

Tratamento conservador

No tratamento conservador, o ombro é imobilizado, geralmente com o uso de uma tipoia, permitindo que os ligamentos lesionados iniciem o processo de cicatrização.

Após essa fase inicial, a reabilitação fisioterápica é essencial para restaurar a amplitude de movimento, fortalecer a musculatura que estabiliza a articulação e melhorar a postura.
Os exercícios são introduzidos de forma gradual, evitando sobrecarga, reduzindo o risco de novas lesões e otimizando o desempenho do ombro em atividades do dia a dia e esportivas.

Geralmente, o tempo de recuperação será de 6 a 12 semanas, dependendo do grau da lesão e da adesão do paciente à reabilitação. 

Lesões leves (tipo I e II) tendem a se recuperar mais rapidamente, enquanto lesões moderadas podem levar mais tempo para retornar à função completa.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia é indicada quando o tratamento conservador não é suficiente para garantir a recuperação funcional, especialmente em lesões mais graves que afetam múltiplos ligamentos ou causam deformidade significativa.

O objetivo do procedimento é reposicionar a articulação entre acrômio e clavícula, restabelecendo a congruência articular e a estabilidade do ombro.

A cirurgia pode ser realizada de forma aberta ou artroscópica, dependendo do tipo de lesão e da avaliação do especialista.

Após a cirurgia, a recuperação funcional costuma levar de 3 a 6 meses, podendo variar de acordo com a complexidade da lesão, tipo de cirurgia e resposta individual do paciente à fisioterapia. 

Nos primeiros dias, o foco é controlar dor e inflamação. Já nas semanas seguintes, inicia-se a fisioterapia progressiva, incluindo exercícios de amplitude de movimento e fortalecimento muscular.

Importância do acompanhamento especializado

Agendar uma consulta com um ortopedista especializado garante orientação adequada, acompanhamento seguro e um plano de reabilitação personalizado.

Com avaliação profissional, é possível escolher o tratamento mais indicado, acelerar a recuperação funcional e reduzir riscos de complicações.

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