“Bursite” significa inflamação de uma bursa. Bursas são pequenas bolsas cheias de líquido localizadas entre ossos, tendões e músculos, presentes nas nossas articulações pelo corpo. Então, quando bursas inflamam, temos uma bursite.
Essas estruturas têm como função principal reduzir o atrito entre os tecidos durante o movimento. Entretanto, quando sobrecarregadas ou lesionadas, acabam inflamando e tornam-se fonte de dor e limitação funcional. Bursites são comuns e muito frequentemente ocorrem nos ombros.
Neste texto, você vai entender melhor o que é a bursite no ombro, como ela se manifesta, quais são seus principais sintomas e as opções de tratamento disponíveis.
Acompanhe!
O que é a bursite?
Bursite é o termo utilizado para designar a inflamação de uma estrutura chamada bursa.
A palavra bursa tem origem no latim e significa “bolsa”.
O sufixo “-ite”, comum em vários termos médicos, indica justamente a presença de inflamação.
Essas pequenas bolsas estão presentes em diversas articulações do corpo humano. Para se ter uma ideia, no total, existem mais de 150 bursas mapeadas no organismo humano.
Elas exercem uma função importante: reduzem o atrito entre estruturas como ossos, tendões e ligamentos durante os movimentos articulares.
Porém, é importante destacar que, na maioria dos casos, a bursite não é o problema primário.
Frequentemente, ela é consequência de outra condição associada.

Quais são as principais causas da bursite no ombro?
A bursite no ombro pode ter diferentes causas sendo, na maioria das vezes, uma condição secundária a outras doenças ou fatores mecânicos.
Entenda os principais motivos associados ao seu desenvolvimento:
- Movimentos repetitivos e uso excessivo: atividades que envolvem uso constante dos braços e ombros, como natação, levantamento de peso e jardinagem, podem causar sobrecarga das estruturas articulares, levando à inflamação das bursas;
- Traumas diretos: impactos ou quedas sobre o ombro podem provocar lesão direta nas bursas;
- Lesão do manguito rotador: essa condição degenerativa dos tendões do manguito rotador é uma das principais causas secundárias de bursite;
- Artrose no ombro e instabilidade do ombro: em casos de artrose (desgaste articular) ou instabilidade (excesso de mobilidade), é comum haver irritação e inflamação das bursas;
- Doenças inflamatórias sistêmicas: patologias como artrite reumatoide, lúpus e gota também podem afetar as bursas do ombro, provocando inflamação crônica e recorrente;
- Síndrome do impacto: o estreitamento do espaço entre o acrômio e os tendões do ombro pode causar compressão e irritação da bursa subacromial, levando à sua inflamação;
- Envelhecimento e desgaste natural: o processo degenerativo natural do corpo, com o passar dos anos, pode afetar tendões, ligamentos e bursas, favorecendo o aparecimento de bursite.
Quais são os sinais dessa condição?
Entre os principais sinais e sintomas associados à bursite no ombro, destacamos:
- Dor no ombro: a dor é o sintoma mais comum, geralmente localizada na parte superior e lateral do ombro. Pode piorar com o movimento e durante a noite, dificultando o sono;
- Limitação de movimento: dificuldade para levantar o braço acima da cabeça ou realizar movimentos rotacionais, como pentear o cabelo ou vestir-se;
- Inchaço e sensibilidade: a região afetada pode apresentar inchaço, calor e sensibilidade ao toque;
- Rigidez articular: sensação de rigidez no ombro, especialmente após períodos de inatividade;
- Fraqueza muscular: sensação de fraqueza no braço afetado, dificultando a realização de tarefas cotidianas;
- Dor irradiada: a dor pode irradiar para o pescoço, braço, antebraço e até os dedos;
- Desconforto ao deitar sobre o ombro afetado: dormir sobre o lado afetado pode intensificar a dor, prejudicando o descanso.
Como realizamos o diagnóstico da bursite no ombro?
Iniciamos o diagnóstico com uma anamnese detalhada, investigando o início da dor, fatores que agravam ou aliviam os sintomas, histórico de lesões, hábitos de atividade física e a presença de doenças associadas.
Em seguida, realizamos o exame físico, no qual observamos sinais de inflamação, como dor à palpação, inchaço e limitação de movimento.
Contudo, para confirmar o diagnóstico e avaliar o grau da inflamação, costumamos solicitar exames de imagem.
Utilizamos a ultrassonografia por ser acessível, não invasiva e eficaz para detectar líquido nas bursas e alterações nos tecidos moles ao redor.
Já a ressonância magnética é indicada quando há dúvida diagnóstica ou em casos de dor persistente, permitindo uma visualização detalhada das bursas, tendões, músculos e articulações.
Além disso, embora a radiografia não identifique diretamente a bursite, ela pode revelar alterações ósseas, como sinais de artrose, que ajudam no diagnóstico diferencial.
Por fim, em casos raros, podemos recorrer à punção da bursa para análise do líquido sinovial.
Como realizamos o tratamento da bursite no ombro?
Inicialmente, recomendamos o uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides para controlar a dor e a inflamação.
Além da medicação, a fisioterapia é fundamental na recuperação.
Dessa forma, indicamos exercícios para fortalecer os músculos ao redor do ombro, melhorar a flexibilidade e restaurar a amplitude de movimento.
Técnicas como terapia manual, aplicação de calor ou frio, ultrassom e terapia de ondas de choque também podem ser utilizadas para aliviar a dor e promover a cicatrização dos tecidos.

Em casos mais graves ou quando os tratamentos conservadores não são eficazes, podemos considerar a infiltração no ombro para reduzir a inflamação.
É importante ressaltar que o repouso da articulação afetada e a evitar atividades que agravam os sintomas são essenciais durante o tratamento.
Por fim, em casos raros e persistentes, onde os sintomas não melhoram com as abordagens mencionadas acima, podemos considerar a cirurgia no ombro para remover a bursa inflamada.
Portanto, ao notar sintomas persistentes de dor no ombro, limitação de movimento ou desconforto ao realizar atividades do dia a dia, é fundamental procurar avaliação médica.
Um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado fazem toda a diferença na recuperação!
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