A síndrome do impacto do ombro é uma patologia importante, muitas vezes não diagnosticada, e que pode evoluir com lesões graves do manguito rotador, além de evoluir com dor, inflamação e até limitações funcionais.
Ela ocorre quando os tendões do manguito rotador e a bursa subacromial, estruturas essenciais para a movimentação do ombro, são “pinçados”, apertados/comprimidos principalmente durante movimentos de elevação do braço.
Neste texto, abordaremos a condição em detalhes, além das opções de tratamento disponíveis, para que você possa entender melhor como prevenir e lidar com a síndrome do impacto no ombro.
O que é a síndrome do impacto no ombro?
A síndrome do impacto do ombro é uma condição caracterizada pela compressão dos tendões do manguito rotador e da bursa subacromial contra o acrômio, uma estrutura óssea da escápula.
Esse atrito ocorre principalmente durante os movimentos de elevação do braço, levando à inflamação, dor e, em casos mais avançados, lesões nos tendões.
Com o tempo, a irritação repetitiva pode levar a micro lesões nos tendões do manguito rotador, resultando em inflamação crônica e, em casos mais graves, degeneração e rupturas parciais ou completas desses tendões.
Quais são as causas dessa condição?
O desenvolvimento da síndrome está relacionado a fatores mecânicos e estruturais.
Movimentos repetitivos acima da cabeça, comuns em atividades esportivas como natação, vôlei e tênis, ou em profissões que exigem esforço contínuo com os braços elevados, como pintura e carpintaria, aumentam o risco de impacto.
Isso ocorre porque o uso excessivo pode provocar inchaço e espessamento dos tendões e da bursa, reduzindo o espaço subacromial e intensificando a fricção contra o osso.
Além do fator mecânico, características anatômicas individuais podem predispor ao problema.
Dessa forma, pessoas com formato de acrômio mais curvo ou com a presença de esporões ósseos têm um espaço naturalmente mais estreito, facilitando o impacto.
Por fim, alterações posturais, como ombros projetados para frente devido à fraqueza muscular ou encurtamento de determinados grupos musculares, também contribuem para o desenvolvimento da síndrome ao modificar o alinhamento da articulação.

Quais são os sintomas da síndrome de impacto?
A síndrome do impacto do ombro manifesta-se por uma série de sintomas que afetam a funcionalidade e o conforto do paciente, como, por exemplo:
- Dor persistente no ombro: geralmente localizada na parte superior e lateral do ombro, a dor tende a piorar durante atividades que envolvem elevação do braço acima da cabeça ou movimentos repetitivos;
- Limitação dos movimentos: dificuldade em realizar movimentos como alcançar objetos posicionados atrás do corpo ou elevar o braço, especialmente entre 70º e 120º de elevação, faixa na qual ocorre maior compressão das estruturas envolvidas;
- Fraqueza muscular: sensação de fraqueza no ombro afetado, especialmente ao tentar levantar o braço ou carregar objetos, devido ao comprometimento dos tendões do manguito rotador;
- Dor noturna: desconforto que pode interromper o sono, especialmente ao deitar-se sobre o ombro afetado;
- Crepitação e estalos: sons de estalo ou sensação de atrito durante o movimento do ombro, indicando possível inflamação ou lesão nas estruturas internas.
Como realizamos o diagnóstico da síndrome do impacto no ombro?
Inicialmente, baseamos o diagnóstico da síndrome do impacto do ombro na história clínica detalhada do paciente.
Em seguida, realizamos um exame físico abrangente, que inclui testes específicos para avaliar a amplitude de movimento, força muscular e identificar sinais de impacto, como os testes de Neer e Hawkins.
Para complementar o diagnóstico e descartar outras condições, podemos solicitar exames de imagem.
Nesse sentido, radiografias ajudam a identificar alterações ósseas ou esporões que possam estar contribuindo para o impacto.
Já a ressonância magnética é útil para avaliar o estado dos tendões do manguito rotador e detectar possíveis lesões ou inflamações na bursa subacromial.
Em alguns casos, o ultrassom também pode ser utilizado para visualizar lesões nos tecidos moles do ombro.
Quais são as opções de tratamento para essa condição?
Geralmente, iniciamos o tratamento da síndrome do impacto do ombro com abordagens conservadoras.
A fisioterapia é uma das principais intervenções nesse contexto, focando no fortalecimento dos músculos do manguito rotador e na melhora da mobilidade articular.

Além da fisioterapia, podemos recomendar o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para aliviar a dor e a inflamação.
A aplicação de gelo na região afetada também auxilia no controle dos sintomas.
Durante todo o tratamento, é importante que o paciente evite atividades que exacerbam a dor, especialmente aquelas que envolvem elevação repetitiva do braço acima da cabeça.
Entretanto, se as medidas conservadoras não proporcionarem alívio adequado após um período de tratamento, podemos considerar a cirurgia no ombro.
A artroscopia do ombro é uma técnica minimamente invasiva que nos possibilita visualizar e tratar lesões internas.
Lembramos que cada caso é único e apenas um profissional capacitado pode indicar a melhor abordagem para aliviar a dor, recuperar a mobilidade e prevenir complicações.
Então, não ignore os sinais do seu corpo.
Se você sente dor persistente no ombro ou limitações nos movimentos, agende uma consulta com o ortopedista especialista em ombro e dê o primeiro passo para uma recuperação eficaz!