Rotura de tendão (Bíceps ou Tríceps)

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A rotura de tendão é uma lesão que pode causar causa dor e dificuldade de movimentação e merece atenção especial.

O tendão é uma estrutura fundamental que  compõe nossos músculos e conectam os ventres (outra parte dos músculos) aos ossos.

Entre os principais músculos do braço, o bíceps e o tríceps desempenham papéis essenciais na flexão e extensão do cotovelo, além de outras funções importantes.

No entanto, assim como qualquer outra parte do corpo, esses tendões estão sujeitos a lesões, seja por traumas, doenças inflamatórias ou degeneração tecidual relacionada ao envelhecimento. 

Neste texto, exploraremos a anatomia dos tendões do bíceps e tríceps, suas principais funções, lesões mais comuns e as opções de diagnóstico e tratamento disponíveis para recuperar a mobilidade e qualidade de vida dos pacientes.

O que é o tendão?

Tendões são tecidos que fazem parte dos músculos e que conectam os ventres musculares – outra parte dos músculos – aos ossos. 

Os tendões possuem uma composição específica que garante sua força e flexibilidade e desempenham um papel essencial na transmissão da força gerada pelos músculos para mover os ossos. 

Sem os tendões, seria impossível uma contração muscular causar movimentação de uma articulação e assim realizarmos movimentos básicos, como levantar o braço ou dobrar o cotovelo.

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Função do Bíceps e do Tríceps

O bíceps braquial e o tríceps braquial são músculos localizados no braço com funções antagônicas e complementares.

O bíceps, situado na parte anterior (frontal) do braço, é responsável pela flexão do cotovelo e pela supinação do antebraço, ou seja, o movimento de girar a palma da mão para cima. 

Já o tríceps, localizado na parte posterior (de trás) do braço, tem como função principal a extensão do cotovelo, permitindo que o braço se estenda. 

Juntos, esses músculos garantem movimentos essenciais para diversas atividades cotidianas.

Bíceps

O bíceps braquial é talvez o músculo mais conhecido do braço. 

Localizado na parte anterior (frontal), ele possui duas origens na região do ombro e uma inserção na região do cotovelo, conferindo-lhe três tendões principais: a cabeça curta e a cabeça longa proximais, e uma porção distal única. 

Embora o bíceps seja frequentemente associado à flexão do cotovelo, sua função principal é a supinação do antebraço – o movimento de girar a palma da mão para cima.

Entre os tendões do bíceps, o da cabeça longa é o mais suscetível a lesões, sendo muitas vezes o responsável pela dor no ombro.

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Imagem esquemática de uma inflamação na cabeça longa do bíceps.

Tríceps

O tríceps braquial está localizado na parte posterior do braço e é composto por três cabeças, cada uma com pontos de origem diferentes. 

A cabeça longa se origina no tubérculo infraglenoidal da escápula, a cabeça lateral na parte proximal da face posterior do úmero, e a cabeça medial na porção distal da face posterior do úmero. Todas as três cabeças/origens unem-se em um grande ventre que se insere como tendão único no olécrano, parte da ulna no cotovelo.

A cabeça longa do tríceps é biarticular, pois cruza duas articulações – ombro e cotovelo – enquanto as outras duas cabeças são monoarticulares, atuando apenas no cotovelo.

Rotura do tendão do bíceps e tríceps

Assim como outros tendões do corpo, os do bíceps e do tríceps podem sofrer roturas. 

Essas roturas podem ser traumáticas, ocorrendo de forma súbita, ou decorrentes de uma degeneração crônica. 

No bíceps, as rupturas mais comuns ocorrem na cabeça longa e na inserção distal, enquanto a ruptura da cabeça curta é menos frequente. Já no tríceps, o mais frequente é a ruptura do tendão distal, ou seja, naquele que se insere no cotovelo (olécrano/ulna).

As rupturas tendíneas podem ser classificadas como completas ou parciais. 

As lesões completas são aquelas nas quais há rompimento total do tendão, criando um “buraco” na estrutura e comprometendo a integridade do músculo.

Já nas roturas parciais, apenas uma parte das fibras rompem-se, sem formar um furo completo no tendão. 

Essas lesões parciais podem ser superficiais ou profundas, sendo que as profundas se comportam de maneira mais parecida com as completas, tanto nos sintomas quanto no tratamento.

Compreender essas diferenças é essencial para definir o tratamento mais adequado e garantir a recuperação eficaz do paciente.

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Lesão parcial do tendão supraespinal (manguito rotador)

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Lesão completa do tendão supraespinal (manguito rotador)

Causas das Lesões Tendíneas

Diversas são as causas das lesões nos tendões, a saber:

Traumas e Acidentes

Quedas, movimentos bruscos ou excessivos podem levar à ruptura dos tendões, especialmente em casos de desgaste prévio. 

Atividades físicas intensas sem o devido preparo também são uma causa comum de lesões.

Degeneração

Com o avanço da idade, a qualidade dos tendões tende a se deteriorar. Há uma redução na quantidade de colágeno, atrofia muscular e diminuição da vascularização, tornando os tendões mais vulneráveis a rupturas. 

Este processo degenerativo é uma das principais causas de lesões tendíneas no bíceps e no tríceps.

Fatores Genéticos ou Anatômicos

Certas características genéticas ou anomalias anatômicas podem predispor os tendões a lesões. 

Por exemplo, algumas pessoas podem nascer com tendões mais fracos ou menos flexíveis, o que aumenta o risco de rotura.

Uso de hormônios esteróides

O uso de hormônios anabolizantes é um importante fator de risco para rupturas tendíneas. Frequentemente, rupturas do peitoral maior ou do tríceps estão relacionados ao uso dessas substâncias, como testosterona, estrógeno e oxandrolona, entre outros

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas da rotura no tendão variam conforme localização e nível de lesão. No entanto, todas apresentam características similares:

Dor

A dor é sempre presente e tende a se intensificar durante atividades que envolvem mover o braço ou realizar movimentos repetitivos.

Fraqueza Muscular

A sensação de fraqueza, especialmente ao levantar ou girar o braço, costuma ocorrer e pode dificultar tarefas cotidianas como vestir-se ou levantar objetos.

Amplitude de Movimento Reduzida

O paciente pode experimentar dificuldade em movimentar o braço em toda a sua amplitude, com rigidez ou limitação ao levantar, abaixar ou girar o braço.

Estalos ou Crepitações

Sensação de estalos e/ou rangidos ao mover o braço.

Diagnóstico

Para diagnosticar estas roturas, iniciamos a consulta com uma avaliação clínica detalhada, onde investigamos sintomas como dor, sensibilidade, inchaço e qualquer deformidade visível ou palpável.

Também é importante entender a história das atividades recentes do paciente que podem ter contribuído para a lesão.

Para um diagnóstico mais preciso, utilizamos métodos de imagem. A ultrassonografia (USG) é o exame preferido para diagnosticar lesões nestes tendões, devido à sua rapidez, portabilidade e baixo custo. 

Em muitos casos, também realizamos radiografia (RX) para descartar fraturas ou outras condições ósseas. 

Em alguns casos, a ressonância magnética (RM) é empregada para identificar tendinopatias crônicas e outras condições de tecidos moles associadas, como lesões de cartilagem, ligamentos e outros tendões.

Tratamento da rotura de tendão

O tratamento da rotura de tendão dependerá de diversos fatores, como a localização e o grau da lesão.

Lesões parciais

Normalmente, para as lesões parciais, indicamos o tratamento conservador.

Este pode incluir o uso de injeções locais de ácido hialurônico e fisioterapia personalizada para promover a cicatrização. 

Este método é ideal para lesões menos graves e pode ajudar a evitar a necessidade de cirurgia.

Lesões completas

Nos casos mais graves, em que há rompimento total do tendão, a cirurgia pode ser necessária. 

A cirurgia é geralmente realizada por via artroscópica, um procedimento minimamente invasivo que facilita a recuperação. 

Este procedimento envolve a reinserção do tendão ao osso e é seguido por um período de reabilitação.

Além disso, recomendamos que essa cirurgia seja feita nas primeiras semanas após a lesão para evitar complicações, como retração, atrofia e fibrose do tendão.

Após a cirurgia, a reabilitação é fundamental. 

Inicialmente, podemos imobilizar o braço para permitir a cicatrização, seguido de um programa gradual de fisioterapia para restaurar a força e função. 

Consultas de acompanhamento são essenciais para monitorar o progresso e ajustar o tratamento, conforme necessário.

Como vimos, a rotura de tendão do bíceps e do tríceps é uma condição que pode causar muita dor e limitar a função do braço. 

No entanto, com o diagnóstico e tratamento adequados, é possível recuperar a força e a mobilidade. 

Se você está enfrentando dor, sensibilidade ou limitações nos movimentos do braço, é importante procurar um especialista para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

O Dr. Eric Curi é especialista no tratamento dessas lesões e poderá te ajudar. 

Agende uma consulta e recupere sua qualidade de vida e bem-estar!

Agende sua consulta com o Dr. Eric Curi

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